17/11/2010

manicure verde


Cidade americana ganha “manicure verde”
Segundo uma reportagem do jornal The New York Times, o salão de beleza Nova Nail Spa, em San Francisco, nos Estados Unidos, está na última moda. O estabelecimento da vietnamita Kim Pham é um dos primeiros a oferecer uma “manicure verde”, livre de substâncias consideradas tóxicas.
O salão de Kim está seguindo uma lei aprovada em outubro pelas autoridades locais que reconhece os estabelecimentos de beleza “verdes”. A proposta é conceder um selo de “salão de beleza saudável” aos que banirem produtos com as seguintes substâncias: tolueno, dibutil ftalato (DBP) e formaldeído. Segundo especialistas em saúde pública americanos, a exposição a essas substâncias pode causar dor de cabeça, náusea e asma e está relacionada a casos de câncer e má formação de bebês. O dibutil ftalato é especialmente danoso para as mulheres grávidas e, por isso, foi proibido em cosméticos pela União Europeia.

Mais do que as clientes, as principais afetadas pelas substâncias tóxicas são as funcionárias dos salões, que ficam em contato com os produtos muitas horas por dia. A reportagem do New York Times cita o estudo da pesquisadora Cora Roelofs, que mostrou que as manicures sofrem mais de problemas respiratórios, de pele e dor de cabeça do que a população em geral.

Nos Estados Unidos, grande parte das manicures são imigrantes – a reportagem destaca as asiáticas, mas imagino que muitas brasileiras também trabalham em salões por lá – e, por isso, são especialmente vulneráveis e trabalham, muitas vezes, em lugares insalubres. Fiquei me perguntando se aqui no Brasil, onde as funcionárias não são de outra nacionalidade, as situações são melhores.

A boa notícia é que muitos fabricantes já eliminaram essas substâncias tóxicas de seus produtos, inclusive aqui no Brasil. Para os fabricantes, eliminar o “trio tóxico”, como é conhecido, traz outra vantagem: diminuir as reações alérgicas aos esmaltes, bases e fortalecedores de unha.

Mas a toxicologista Julia Quint, ouvida pelo New York Times, afirma que é preciso avaliar que substâncias as empresas usaram em substituição às anteriores e se elas apresentam riscos à população. Ela dá a entender que muitos fabricantes estão interessados em dizer que têm produtos “verdes”, mas nem sempre estão preocupados em garantir que isso seja verdade.

Fiquei impressionada como, apesar de o Brasil ser um dos maiores exportadores da cultura da manicure para o mundo, estamos atrasados na discussão dos riscos e da saúde do trabalhador. No ano passado, por exemplo, o estado de Nova York aprovou uma lei estabelecendo que os donos de salões de beleza devem providenciar máscaras e luvas para os seus funcionários caso eles peçam. Já vi manicures que usam luva e máscara aqui no Brasil, mas acredito que elas sejam uma minoria. E duvido que elas e mesmo os donos dos salões estejam cientes dos riscos e das medidas para evitá-los.
Fonte: Época

2 comentários:

Principe Encantado disse...

Muito legal a iniciativa deste salão, gostei tomara que a moda pegue.
Abraços forte

Principe Encantado disse...

Muito legal a iniciativa deste salão, gostei tomara que a moda pegue.
Abraços forte

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